Procedimentos realizados na faringe podem restaurar o fluxo aéreo, diminuindo o ruído característico e melhorando a qualidade de vida do paciente
A cirurgia de ronco é um dos métodos de tratamento que podem ser adotados para amenizar ou eliminar esse problema tão incômodo. O ronco é o ruído causado pela vibração do ar que ocorre por causa do estreitamento ou da obstrução das vias aéreas da garganta.
O problema ocorre durante o sono e pode ser causado por diversos fatores, como flacidez muscular, desvio de septo, amígdalas, úvula ou palato mole aumentados, queixo retraído, envelhecimento, entre outras. Além disso, pode ser um dos sinais da síndrome da apneia obstrutiva do sono, caracterizada por rápidas paradas respiratórias durante o sono.
Uma cirurgia de ronco costuma ser indicada a pacientes que já fizeram, sem sucesso, outros métodos de tratamento contra o distúrbio — como mudança de estilo de vida, uso de aparelho intraoral, pressão positiva nas vias aéreas, entre outros. Também pode ser indicada àqueles que apresentam perda significativa da qualidade de vida por causa do problema ou que tenham casos graves de apneia do sono.
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Tipos de cirurgias para o ronco e como são feitas
Existe mais de uma técnica que pode ser realizada como cirurgia para o ronco. Elas podem ser indicadas aos pacientes como forma de tratamento somente do distúrbio ou de forma associada ao tratamento de outras doenças — na maioria das vezes a apneia obstrutiva do sono.
Para que um paciente receba a indicação de cirurgia de ronco, é necessário que ele passe por uma avaliação profunda e minuciosa, uma vez que existem métodos menos invasivos de tratamento para o problema. Contudo, de modo geral, as técnicas de cirurgia de ronco têm sido cada vez mais aprimoradas e esse tipo de procedimento tem apresentado resultados cada vez melhores.
Apesar de existirem diversos tipos de procedimentos que podem ser realizados na faringe e nas estruturas nasais, os mais indicados são a uvulopalatofaringoplastia e a faringoplastia lateral. Entenda, a seguir, como funcionam essas duas técnicas cirúrgicas.
Uvulopalatofaringoplastia
A uvulopalatofaringoplastia é uma cirurgia para o ronco indicada a pacientes com a síndrome da apneia obstrutiva do sono que possuem certo grau de obstrução das vias aéreas que, além de causarem as paradas respiratórias durante o sono, favorecem a produção do ruído. É o tipo de cirurgia mais indicado para combater o distúrbio.
Na cirurgia, são removidas as estruturas que causam a obstrução das vias aéreas: as amígdalas, que na maioria dos casos estão aumentadas, e os tecidos do palato mole e da laringe. Além disso, é feito o reposicionamento dos músculos da região para melhorar o fluxo de ar durante o sono.
A uvulopalatofaringoplastia é realizada com o paciente sob anestesia geral em ambiente hospitalar. De modo geral, o procedimento não dura mais que 60 minutos, mas o tempo pode ser maior caso haja a realização de procedimentos associados, como a remoção da adenoide.
Faringoplastia lateral
Assim como a uvulopalatofaringoplastia, a faringoplastia lateral é uma cirurgia realizada por via oral indicada a pacientes com apneia obstrutiva do sono. O procedimento é, basicamente, uma cirurgia plástica que consiste no reposicionamento dos músculos que são suporte à faringe.
Isso possibilita uma melhor dilatação das vias aéreas da região da laringe, diminuindo a vibração do ar que passa pela região e, consequentemente, melhorando a qualidade do sono e diminuindo a produção de ruídos. Por isso, o procedimento também pode ser indicado como cirurgia de ronco.
Vantagens da cirurgia de ronco
A principal vantagem da indicação de uma cirurgia para o ronco é a melhora da qualidade de vida, uma vez que as obstruções aéreas que ocorrem durante o sono, que são tanto características da apneia quanto do ronco, são eliminadas. Dessa forma, a pessoa consegue ter uma noite tranquila de sono, sem interrupções causadas pelo problema.
Da mesma forma, as pessoas que convivem com quem realizou a cirurgia de ronco também percebem uma melhora significativa na qualidade de suas noites de sono, uma vez que o ruído produzido pelo problema também impacta na qualidade de vida desses indivíduos.
Além disso, por também serem procedimentos importantes no tratamento de casos de apneia do sono, a cirurgia proporciona diminuição do risco de desenvolvimento de patologias graves, como hipertensão, arritmia e insuficiência cardíaca, que muitas vezes podem estar associadas ao problema.
Cuidados pré-procedimento
Os cuidados pré-operatórios de uma cirurgia de ronco são essenciais para estabelecer a possibilidade de realização do procedimento com a menor chance de complicações. Por isso, é importante seguir todas as orientações médicas que dizem respeito a:
- Manter hábitos saudáveis nas semanas antes do procedimento, com alimentação balanceada e prática regular de atividade física;
- Realizar todos os exames pré-operatórios indicados pelo médico, que podem incluir exames de sangue e avaliações cardiológicas e respiratórias;
- Comunicar ao médico a presença de quaisquer doenças crônicas ou que impliquem o uso de medicamentos contínuos, como hipertensão e diabetes;
- Evitar o uso de medicamentos que possam dificultar a coagulação sanguínea, como as aspirinas;
- Fazer jejum de pelo menos 8 horas antes da cirurgia e remover qualquer adereço (brincos, piercings) e maquiagem.
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Cuidados após o procedimento
O período de recuperação de uma cirurgia de ronco é essencial para que os resultados se estabeleçam sem complicações e de forma efetiva. Para isso, é importante seguir uma série de recomendações, que incluem:
- Retornar ao consultório em todas as datas marcadas, para acompanhar a evolução da recuperação;
- Seguir a rotina de alimentação de acordo com o recomendado pelo médico — geralmente, nos primeiros dias, evita-se comer alimentos quentes e sólidos;
- Fazer repouso na primeira semana após o procedimento e retomar as atividades aos poucos, evitando exercícios físicos por pelo menos um mês;
- Tomar as medicações indicadas da forma correta;
- Dormir com a cabeça elevada em relação ao corpo.
Sintomas como dores leves podem ser sentidos nos primeiros dias após o procedimento. Nos casos em que o sintoma é forte ou persistente, é importante comunicar o médico imediatamente. Ainda que raras, complicações como sangramentos, infecções e edema podem ocorrer e precisam ser tratadas.
As chances de recidiva são, em geral, muito pequenas, principalmente se a cirurgia de ronco tiver sido realizada corretamente. Além disso, dependem de muitos outros fatores que devem ser analisados individualmente.
Qual profissional procurar para estes casos?
O médico que diagnostica e trata as doenças relacionadas ao ronco é o otorrinolaringologista. É esse profissional que, com os resultados de exames e análises de história clínica e familiar do paciente, realizará a indicação de cirurgia para ronco, caso haja necessidade. O procedimento deve ser realizado por um médico especialista em cirurgia da cabeça e pescoço.
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Fontes:
Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial