Condição leva a pausas na respiração ao longo do sono e, se não tratada, pode contribuir para o aparecimento de doenças graves
Uma noite bem dormida é essencial para manter o organismo funcionando adequadamente e assim garantir nossa saúde, pois o sono é fundamental para o descanso do corpo e da mente. Além disso, é durante esse período de pausa que ocorre a liberação de hormônios importantes, como o do crescimento e da saciedade.
Quando o sono é de má qualidade, isso pode causar problemas como redução da memória, da atenção e do raciocínio; aumento do ganho de peso; depressão; aumento da sonolência durante o dia, entre outros. Uma das doenças que podem contribuir para essa má qualidade é a apneia obstrutiva do sono, ou, como é mais conhecida, apneia do sono.
Estima-se que essa condição acomete aproximadamente 30% da população adulta mundial. A maior parte dos pacientes, entre 85% e 90%, convive com a doença sem saber que a possui.
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O que é a apneia do sono?
A apneia do sono é uma condição que se caracteriza por períodos de pausas respiratórias, as apneias, que duram cerca de 10 a 20 segundos, ou em hipopneias recorrentes (quase apneias). Nela ocorre a interrupção completa do fluxo de ar através do nariz ou da boca; já na hipopneia há uma redução de 30% a 50% do fluxo de ar.
Essas paradas reduzem os níveis de oxigênio no sangue, aumentam os batimentos cardíacos e a pressão arterial, o que pode favorecer, no longo prazo, o surgimento de doenças graves, como hipertensão, arritmia, infarto e insuficiência cardíaca congestiva.
Alguns estudos relacionam um quadro de apneia do sono como sendo uma das causas de aterosclerose, que pode ser um fator de risco para infarto agudo do miocárdio e derrame cerebral. Pessoas que já fazem tratamento para doenças do coração e pressão alta precisam estar atentas para o diagnóstico da apneia do sono, pois quando não tratada, ela contribui para a piora da função do coração e aumenta o risco de morte.
Por que a apneia do sono ocorre?
Quando dormimos, a musculatura da garganta relaxa e, consequentemente, a língua cai e há um deslocamento da mandíbula. Esse quadro leva à obstrução da garganta, impedindo a passagem do ar (apneia).
Quando isso ocorre, a pessoa desperta e a musculatura da garganta retoma sua força, o que mantém a garganta aberta, desobstruída. O problema é que, quando a pessoa volta a adormecer, o ciclo se repete, pois, a via aérea fecha de novo. E isso vai acontecendo durante toda a noite.
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Sintomas da apneia do sono
Os principais sintomas desse distúrbio são:
- Ronco;
- Sono agitado;
- Dor de cabeça;
- Dificuldade de atenção e concentração;
- Problemas de memória;
- Sonolência excessiva durante o dia;
- Alterações de humor;
- Sensação de sufocamento ao acordar;
- Dor no peito ou desconforto ao despertar;
- Boca seca ou dor de garganta pela manhã;
- Falta de disposição.
Fatores de risco para a apneia do sono
Os principais fatores de risco que podem favorecer o quadro de apneia do sono são:
- Obesidade;
- Ser do sexo masculino;
- Idade avançada;
- Desvio de septo ou adenoides aumentadas;
- Língua, amigdalas e úvula grandes;
- Queixo pequeno;
- Pescoço com grande circunferência (homens: > 42,5 cm e mulheres: > 37,5 cm);
- Ser portador de síndromes genéticas com deformidades craniofaciais evidentes.
Diagnóstico da apneia do sono
O diagnóstico da apneia do sono é baseado em três pilares:
- História clínica do paciente;
- Exame físico;
- Polissonografia: teste que registra o sono e é fundamental para o diagnóstico definitivo desse distúrbio. Dependendo do caso, o exame pode ser realizado em casa ou em laboratório, durante uma noite inteira, com o paciente sendo supervisionado por um técnico habilitado.
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Graus da apneia do sono
O exame de polissonografia é que pode determinar o grau de apneia do sono, sendo ele classificado em:
- Normal: até cinco pausas por hora;
- Leve: até 15 eventos por hora;
- Moderado: de 15 até 30;
- Grave: acima de 30 pausas por hora.
Como é o tratamento da apneia do sono?
O tratamento da apneia do sono visa manter a abertura da via aérea, evitando sua obstrução. Assim, consegue-se prevenir a apneia (pausa), a queda da oxigenação do sangue e o aumento da pressão arterial, devolvendo ao paciente uma melhoria em sua qualidade de vida.
A escolha pelo tratamento da apneia do sono leva em conta fatores como: resultado da polissonografia, grau de queda da oxigenação do sangue e presença de outras doenças associadas. Em geral, nos casos leves – e em alguns moderados – ela spode ser tratada com mudanças nos hábitos de vida, como, por exemplo:
- Perder peso;
- Evitar o uso de medicamentos para dormir;
- Praticar atividades físicas;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Dormir de lado;
- Evitar o consumo de comidas mais pesadas antes de dormir;
- Reduzir o uso de cigarros algumas horas antes de se deitar;
- Manter a cabeceira da cama elevada entre 15 e 20 cm.
Também pode ser recomendado o uso de aparelhos intraorais, que ajudam a aumentar a passagem do ar pela garganta. O aparelho traciona a mandíbula do paciente para frente, trazendo consigo todos os tecidos moles da base da língua e parta da faringe, criando assim um espaço e melhorando o tônus na região.
Outra opção de tratamento para os casos leves e moderados de apneia do sono é o tratamento fonoaudiólogo, para fortalecimento da musculatura que mantém a garganta aberta.
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Já os casos mais graves podem exigir o uso do CPAP (pressão aérea positiva contínua), um aparelho que promove um bombeamento de ar contínuo durante o período de sono para impedir o fechamento da garganta, evitando a apneia e suas consequências. O equipamento conta com uma máscara, que é colocada no nariz, e um compressor de ar, que força a entrada do ar dentro do nariz e nas vias aéreas. Essa pressão mantém as vias aéreas abertas e permite que a pessoa durma e respire normalmente durante a noite.
Existem também cirurgias para o tratamento da apneia do sono, sendo indicadas em casos selecionados. O objetivo é corrigir anormalidades que podem ser a causa do comprometimento da respiração, como amígdalas aumentadas, pólipos nasais, desvio do septo nasal e malformações do queixo e do palato mole.
Quando a qualidade do sono não vai bem, os impactos na sua saúde e qualidade de vida podem ser enormes. Por isso, é sempre importante consultar um especialista em medicina do sono quando perceber algum indicativo de que suas noites de sono não têm sido adequadas. A RinoClínica conta com um corpo clínico especializado no diagnóstico e tratamento de doenças como a apneia do sono. Entre em contato e agende uma consulta.
Fontes: